sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Estereótipos


Estereótipo é todo conceito infundado sobre um determinado grupo social ou individuo no qual lhe é atribuída uma propriedade, normalmente depreciativa e generalizada. O estereótipo costuma ser imposto de acordo o gênero, a etnia,  raça, questão  sócio-econômica, entre outros, podendo resultar em casos de  racismo, xenofobia, machismo, intolerância religiosa e homofobia, por exemplo.


Foto: Reprodução do Twitter.

A palavra deriva do grego stereos typos compondo "impressão sólida". Inventada por Firmin Didot, a palavra nasceu no mundo da impressão e refere-se à placa metálica criada para a impressão em si, em vez da prensa de tipos móveis.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Bergson: Sobre o cômico e o riso


O riso está presente em nosso cotidiano, nas mais diversas sociedades e sob as mais variadas modalidades expressivas. É possível rir de tudo: do palhaço  fazendo estripolias no picadeiro, à tragédia envolvendo dezenas de vítimas fatais. Rimos porque somos humanos. Nossa espécie é a única que ri em todo o planeta e nenhum outro ser, inanimado ou não, possui o "dom" da comicidade. Mesmo um objeto ou animal que aparentemente suscite o riso é capaz de tal habilidade, eles apenas possuem características que lembram nossas atitudes.  Isso porque, como já dizia Aristóteles, o riso é propriamente humano.

Na obra O riso - ensaio sobre a significação do cômico, o filósofo francês Henri Bergson reúne as ideias apresentadas e defendidas por ele em três artigos publicados na Revue de Paris, em 1899. Na obra, Bergson pontua os mecanismos que, segundo ele, são determinantes no processo de produção do cômico e defende a existência de uma certa insenbilidade que naturalmente acompanha o riso, fundadamentalmente oriundo das relações sociais, funcionando como uma "resposta a certas exigências da vida comum". (BERGSON, 1899, p. 17).

A risada decorre, então, das atitudes involuntárias do corpo, das formas desajeitadas, dos desvios e do exagero, bem como do feio. Essas características são igualmente válidas para as linguagens verbal e escrita quando estão inseridas em uma ideia absurda ou distante dos padrões preestabelecidos:

(...)  A maior parte das palavras que dizemos apresenta um sentido físico e um sentido moral segundo as tomamos em sentido próprio ou figurado (...) Obtém-se sentido cômico quando se toma em sentido próprio uma expressão utilizada em sentido figurado (p.75-76).


Foto: reprodução do Twitter.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O grotesco

Wolfgang Kayser



Para as moldagens do grotesco parecem haver convergido as angústias e as contradições de uma época que se vivencia e se concebe como a de um apocalipse absurdo. Tal confluência o converteu numa categoria estética exponencial da modernidade. E, de fato, somente os recursos desta arte poderiam dar configuração sensível a este nosso universo de existência, na dinamicidade frenética, alucinatória e infernal de suas transformações e a seu modo específico de captar a sua experiência histórica e humana.

Bibliografia: KAYSER, Wolfgang. O grotesco. São Paulo: Perspectiva, 2009.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O rádio e a experiência estética na constituição do ouvinte

Adriano Lopes Gomes



O texto a seguir constitui um resumo extraído do trabalho do professor doutor do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Adriano Lopes Gomes.


Foto: Google.
O rádio é um veículo de comunicação de massa que apresenta o sentido midiático da alteridade, ao produzir qualquer programa, o produtor deve ter em mente a noção de que vai dizer alguma coisa a alguém cujo conteúdo deve ser interessante, inteligível e que, sobremaneira, possa catalisar a atenção para aquilo que é comunicado. O outro, é o ouvinte por excelência, cujo imaginário reveste-se de singular aspecto ao se engajar no ato da escuta. O “eu” que fala e o “outro” que ouve mantêm, assim, estreita relação midiática, tendo a mensagem como ponto de concentração no qual irá se inscrever o processo de revelação dos sentidos.

A linguagem radiofônica, bem o sabemos, reúne elementos da oralidade, muitos de natureza paralinguística. Sendo linguagem falada, ainda que, ao narrar, o locutor venha a se apoiar em texto escrito, o espaço simbólico que daí resulta permite a inserção de componentes que vão além do simples gosto por ouvir rádio. Na ausência de imagens eletrônicas, o rádio passa a evocar situações próprias do imaginário do ouvinte. Por imaginário, entendemos o processo de cognição que decorre da capacidade de fantasiar, criar e representar imagens mentais. O imaginário é, por natureza, a faculdade que evoca situações ausentes ou distantes, reais ou fictícias, presentificando-as no universo mental do sujeito.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Entrevista com Muniz Sodré


A entrevista que você lerá a seguir foi realizada em julho de 2002 por Cristiane Costa, editora do Idéias, publicada pela editora Sulina e que está disponível na internet. Nela o professor Muniz Sodré*, autor de mais de 30 livros e um dos poucos no Brasil a abordar o grotesco na mídia, responde às principais perguntas envolvendo o tema. Selecionamos os seguintes trechos da entrevista:

Muniz Sodré. Foto divulgação.

- Seu livro A comunicação do grotesco data dos primórdios da televisão no Brasil. Mas antecipa muita coisa que está acontecendo agora. O grotesco não evoluiu?

- É preciso ver que a televisão não é um meio único. É tecninamente um veículo em evolução.  (...) Ela evoluiu tecnicamente, mas, do ponto de vista dos conteúdos estruturais, mudou pouco. (...). Ficou evidente é que, sempre que a televisão precisa de público, apela para o grotesco. É uma categoria estética recorrente na vida brasileira.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Relatório final PIBIC/UFAL 2012-2013: principais resultados

 

O presente relatório aborda os principais resultados alcançados entre os meses de agosto de 2012 a julho de 2013 da pesquisa intitulada Programa do Mução: o império do riso grotesco e cruel nas ondas do rádio. Nesse período, deu-se continuidade ao embasamento teórico por meio de estudo com leitura dirigida dos autores e pesquisadores da temática, acompanhado da gravação, audição e decupagem de cinco edições do quadro “Pegadinha do Mução” para transcrição e análise (corpus). Os resultados obtidos foram transformados em debates e produção de resenhas críticas que, por sua vez, tiveram divulgação no blog e nas redes sociais criados exclusivamente para a pesquisa.

Pegadinha do Mução: o riso grotesco no ar

O Programa do Mução é um exemplo de produto midiático que se apropria do bathos retórico, recurso estético que tem a finalidade de produzir o riso cruel. Para tanto, a o humorístico do rádio tem em seu discurso a presença constante das espécies escatológica, teratológica, crítica e, principalmente do grotesco chocante, na medida em que quadros como o de “pegadinhas” tem a intenção de ofender o receptor do trote telefônico.

O objetivo das “Pegadinhas” é fazer com que o receptor do trote emita o máximo de palavrões para que sua situação constrangedora resulte em momentos de riso, não um “riso” esporádico e saudável, mas cruel por parte dos ouvintes, na medida em que o objeto risível é a infelicidade alheia.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A Serbian Film: o grotesco chocante no cinema

                                                                                                           

Filmes são feitos para fazer pensar, fazer rir, entreter e também para chocar. A indústria do terror é um dos setores mais cultuados da sétima arte. O gênero pretende provocar a sensação de medo e usa de temas mórbidos ou repelentes para chamar a atenção. Para os fãs desse gênero, o medo é interessante e o grotesco é atrativo. Por isso, filmes de horror usam de muito sangue e violência, por vezes transgredindo as regas daquilo que é aceitável socialmente, vindo a ser censurados. Filmes como  A Serbian Film, a Centopeia Humana, Anticristo, são exemplos deles.

Em A Serbian Film (em sérvio, Српски филм; em português, Terror sem Limites) - primeiro do diretor sérvio Srđan Spasojević, lançado em 2010 - Miloš é um ator pornô aposentado, casado e com um filho. Para garantir a estabilidade financeira da sua família, aceita uma oferta apresentada por sua ex-colega de profissão Lejla para estrelar um "filme de arte". Vukmir, o diretor, quer Miloš no elenco para aproveitar sua capacidade de manter uma prolongada ereção sem estímulos físicos nem visuais. Durante o filme ele é drogado e levado a cometer estupros, inclusive do próprio filho, assassinatos e diversos atos explícitos de violência.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Entrevista com Antonio Freitas e Mirian Oliveira


Estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas entrevistaram na última terça-feira,  30, o professor Dr. Antonio Freitas e a estudante Mirian Oliveira, integrantes do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da UFAL. Com a pesquisa Programa do Mução: o império do riso grotesco e cruel nas ondas do rádio, orientador e bolsista apresentaram a pesquisa à equipe formada por quatro estudantes do sexto período, idealizadores do UniPesquisa, um programa de TV universitária.

Na entrevista, que ocorreu no estúdio de TV do curso de Comunicação Social, foram discutidos assuntos inerentes a presença constante do grotesco no discurso do programa Hora do Mução e os resultados obtidos na pesquisa, iniciada em agosto do ano passado. Nesse período, os trabalhos foram marcados pelo embasamento teórico por meio de estudo com leitura dirigida dos autores e pesquisadores da temática e  gravação, audição e decupagem de edições do produto analisado para a transcrição e análise. Os resultados obtidos foram transformados em debates e na produção de resenhas críticas que, por sua vez, tiveram divulgação no blog e nos perfis em redes sociais criados exclusivamente para a pesquisa.

Shirley Santos, Itawitanã Albuquerque, Mirian Oliveira, Antonio Freitas, Victor Costa e Milton Guedes. Foto: Manuel Henrique







A pesquisa visa estudar o sucesso da estética do grotesco e a produção do riso cruel, que é a base do Programa do Mução, líder de audiência em diversas emissoras radiofônicas regionais e nacionais. A escatologia e a teratologia são as marcas registradas da produção discursiva do Mução, e tal enunciação atrai de forma significativa o público-massa. Em junho deste ano, teve um artigo para o XV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O rei da "fuleragem" no ar


Em seu site oficial, Mução é identificado como "filho de Cachoeira do Sapo, Rio Grande do Norte. Pelas contas, ele tem mais de 60 anos de idade." Há dezessete anos no ar, o humorístico de maior sucesso do rádio brasileiro possui atualmente 59 afiliadas que atingem cerca de 972 cidades, com cobertura populacional de 33 milhões de habitantes. 

Em Alagoas, o Programa do Mução é veiculado por duas rádios: a Pajuçara FM (103,7), de Maceió, e a Metropolitana FM (97,9), de Arapiraca.




Com seu sotaque carregado de nordestinidade, seu vocabulário cheio de regionalismo, suas piadas e pegadinhas inimitáveis, Mução conquistou o Nordeste e o país inteiro. (site do programa)


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