terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

CONTOS D'ESCARNIO / TEXTOS GROTESCOS


Sinopse 

Contos d'escárnio / Textos grotescos, composto em tom de sátira, traz todas as características que marcam a prosa hilstiana - o enredo não guarda qualquer linearidade, às vezes o texto é lírico, outras vezes confirma o grotesco do título, diversos gêneros (desde o teatro até o certame poético) vão se sobrepondo e as personagens alternam momentos de confessionalismo a outros de crítica radical. 

O alvo de Hilda Hilst é o mercado de livros de pouca qualidade e a celebração do baixo nível que a autora enxerga na cultura brasileira. Crasso, o narrador de nome romano e comportamento chulo, descortina suas lembranças e as envolve em um novelo ao lado de outras micronarrativas. O resultado é uma espécie de pequeno Decamerão em que, no caso, reinam a bandalheira, o mau gosto e o excessivamente medíocre.

Bibliografia: HILST, Hilda. Contos d’escárnio. Textos grotescos. São Paulo: Globo, 2002. Doravante CETG.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O discurso grotesco chocante no programa do Mução


Prof.  PhD. Antonio Francisco Ribeiro de Freitas


O discurso midiático radiofônico do  grotesco chocante  atrai de forma significativa o público-alvo. Conforme Sodré (2002), a comunicação do grotesco é o fenômeno que fundamenta a comunicação massiva, pois é o grotesco em sua forma  representado,  por meio de suporte escrito  –  literatura e imprensa, ou pelo suporte imagístico, fotografia cinema, televisão, rádio e outros, ou  atuado  por meio de situações de comunicação direta, vivenciados no dia a dia ou nos palcos de maneira espontânea ou encenada, que mais captam a audiência massiva. 

Principais personagens do programa com ouvinte convidada (centro).

O programa Hora do Mução preenche tais requisitos, pois usa as técnicas de radioteatro em sua estrutura radiofônica, há diversos quadros com vários personagens e quadros fixos, que dialogam de forma escatológica e teratológica com o público, produzindo dessa  maneira oralmente  o  gênero  grotesco chocante  e  fidelizando a audiência de massa e ampliando a faixa de ouvintes. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O grotesco estetizado no cinema



La Grande Bouffe, filme franco-italiano de 1973 dirigido por Marco Ferreri.
O penúltimo capítulo de O Império do Grotesco visa demonstrar essa categoria estética e suas modalidades expressivas no cinema. Para tanto, é feita a descrição completa de um dos episódios do filme italiano Signore e Signori, Buona Notte (1976). Nele, são encontrados os principais elementos do grotesco escatológico que transforma a gravidade da ocasião e do personagem em veículo de irrisão. O grotesco estetizado no cinema surgiu na Europa a partir de 1973, com La Grande Bouffe, de Marco Ferreri: um grupo se reúne ao redor da mesa e come animalescamente até a morte.

Em La Dona Scimmia, de Fellini, o grotesco apresenta-se como teratológico (uma mulher começa a ter no corpo pelos semelhantes aos de um macaco). Já em O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante, de Peter Greenaway, o fenômeno está inserido em diversas modalidades: escatológica (excrementos atirados contra um personagem), canibalismo (um cadáver é degustado), morte bizarra (personagem morre sufocado sobre um livro), etc.
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