sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Sobre a pesquisa


    
Este blog é escrito de forma colaborativa pelas alunas do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas, Fernanda Ferreira e Mirian Oliveira, no intuito de divulgar, explicar e discutir o grotesco e suas especificidades, utilizando o que foi discutido durante as pesquisas relativas ao tema no tempo em que participamos como integrantes do Projeto de Iniciação Cientifica (Pibic) 2012-2013, que tem como tema Programa do Mução: o império do riso grotesco e cruel nas ondas do rádio, explorando o mundo do grotesco e suas aplicações nas mídias massivas, sob a orientação do Professor Antônio Freitas, coordenador do projeto.
A pesquisa visa estudar o sucesso da estética do grotesco – baseada no bathos retórico, e a produção do riso cruel, que é a base do Programa do Mução, líder de audiência em diversas emissoras radiofônicas regionais e nacionais. A escatologia e a teratologia são as marcas registradas da produção discursiva do Mução, e tal enunciação atrai de forma significativa o público-massa. 
Conforme Sodré (2002) a comunicação do grotesco é o fenômeno que fundamenta a comunicação massiva, pois é o grotesco em sua forma representado, por meio de suporte escrito – literatura e imprensa, ou pelo suporte imagístico, fotografia cinema, televisão, rádio e outros, ou atuado por meio de situações de comunicação direta, vivenciados no dia a dia ou nos palcos de maneira espontânea ou encenada que mais captam a audiência massiva. Portanto, o Programa do Mução preenche tais requistos, pois usa as técnicas de radioteatro em sua estrutura radiofônica, há diversos quadros com vários personagens e quadros fixos, que dialogam de forma escatológica e teratológica com o público, gerando o riso cruel, fidelizando a audiência de massa e ampliando a faixa de ouvintes. 
Esse programa, líder de audiência em seu horário é produzido pelo radialista e humorista potiguar Rodrigo Vieira Emerenciano, que interpreta o personagem Mução -, um locutor idoso – como deixa transparecer em suas falas. A base de seu discurso/programa é fundado no humor/grotesco que gera o riso cruel. Dessa maneira o humano beira ao animalesco, e as falas do apresentador chocam o ouvinte mais ilustrado, em decorrência do uso do discurso popularesco – antitético. Portanto, conflituosos em relação à cultura dita elevada ou de elite. Nessa análise procuramos desvelar a esturra retórica advinda do grotesco como gênero estético a partir do universo de sentido “animalizado” produzido pelas falas do locutor e demais personagens que atuam com ele no estúdio. 
Ressaltamos que Bakhtin (1987, 1992) é um dos principais teóricos que nos auxiliará nessa investigação, pois ele dá uma importante contribuição com seus estudos sobre a estética da comunicação verbal (oral) a partir de análise das obras de Rabelais. Contamos também com o apoio teórico de Sodré  e Paiva (2002). Além da análise visamos produzir o Dicionário do Grotesco do Mução, como contribuição para os estudos nos campos da linguística, retórica, estética, ética, lexicologia, semântica, linguagem radiofônica e demais estudos culturais.
             
Conheça melhor o nosso projeto de pesquisa: 

http://www.comulti.com.br/pibic2012-2013/PLANO-DE-TRABALHO-PIBIC-2012.1.pdf

0 Deixe seu comentário::

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 

COMPARTILHAR PÁGINA