Este blog é escrito de forma colaborativa pelas alunas do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas, Fernanda Ferreira e Mirian Oliveira, no intuito de divulgar, explicar e discutir o grotesco e suas especificidades, utilizando o que foi discutido durante as pesquisas relativas ao tema no tempo em que participamos como integrantes do Projeto de Iniciação Cientifica (Pibic) 2012-2013, que tem como tema Programa do Mução: o império do riso grotesco e cruel nas ondas do rádio, explorando o mundo do grotesco e suas aplicações nas mídias massivas, sob a orientação do Professor Antônio Freitas, coordenador do projeto.
A pesquisa visa estudar o sucesso da estética do grotesco – baseada no bathos retórico,
e a produção do riso cruel, que é a base do Programa
do Mução, líder de audiência em diversas emissoras radiofônicas regionais e
nacionais. A escatologia e a teratologia são as marcas registradas da produção
discursiva do Mução, e tal enunciação atrai de forma significativa o
público-massa.
Conforme Sodré (2002) a comunicação do grotesco é o fenômeno que
fundamenta a comunicação massiva, pois é o grotesco em sua forma representado, por
meio de suporte escrito – literatura e imprensa, ou pelo suporte imagístico,
fotografia cinema, televisão, rádio e outros, ou atuado por
meio de situações de comunicação direta, vivenciados no dia a dia ou nos palcos
de maneira espontânea ou encenada que mais captam a audiência massiva.
Portanto, o Programa do Mução preenche tais requistos, pois usa as técnicas de
radioteatro em sua estrutura radiofônica, há diversos quadros com vários
personagens e quadros fixos, que dialogam de forma escatológica e teratológica
com o público, gerando o riso cruel, fidelizando a audiência de
massa e ampliando a faixa de ouvintes.
Esse programa, líder de audiência em seu horário é produzido pelo
radialista e humorista potiguar Rodrigo Vieira Emerenciano, que interpreta o
personagem Mução -, um locutor idoso – como deixa transparecer em suas falas. A
base de seu discurso/programa é fundado no humor/grotesco que gera o riso
cruel. Dessa maneira o humano beira ao animalesco, e as falas do apresentador
chocam o ouvinte mais ilustrado, em decorrência do uso do discurso popularesco
– antitético. Portanto, conflituosos em relação à cultura dita elevada ou de
elite. Nessa análise procuramos desvelar a esturra retórica advinda do grotesco
como gênero estético a partir do universo de sentido “animalizado” produzido
pelas falas do locutor e demais personagens que atuam com ele no estúdio.
Ressaltamos que Bakhtin (1987, 1992) é um dos principais teóricos que
nos auxiliará nessa investigação, pois ele dá uma importante contribuição com
seus estudos sobre a estética da comunicação verbal (oral) a partir de análise
das obras de Rabelais. Contamos também com o apoio teórico de Sodré e Paiva (2002). Além da análise visamos produzir o Dicionário do Grotesco do
Mução, como contribuição para os estudos nos campos da linguística, retórica,
estética, ética, lexicologia, semântica, linguagem radiofônica e demais estudos
culturais.
Conheça melhor o nosso projeto de pesquisa:
http://www.comulti.com.br/pibic2012-2013/PLANO-DE-TRABALHO-PIBIC-2012.1.pdf
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