São poucos os estudos aprofundados acerca do grotesco e suas manifestações. O livro O império do grotesco, escrito pelos professores Muniz Sodré e Raquel Paiva busca suprir este espaço fazendo um estudo sobre as formas expressivas que singularizam a estética do grotesco apoiando-se em autores como Mikhail Bakhtin e Wolfgang Kayser . Vale lembrar que Muniz Sodré é autor de outra obra sobre o tema, A comunicação do grotesco.
A obra O Império do Grotesco faz uma abordagem ampla para a presença da categoria estética na comunicação massiva, dando ênfase a produtos midiáticos brasileiros, tais como a televisão, além de apresentar definições para o fenômeno, a categoria estética a qual pertence, sua classificação em gêneros e espécies e uma análise acerca da presença do grotesco na literatura, no cinema e na televisão. Os autores apresentam ainda o caminho percorrido pelo grotesco no mundo da cultura e nas artes, desde a Antiguidade até os dias atuais, analisando os contextos históricos e socioculturais para evidenciar como o gosto pelo que é rídico e insólito prosperou graças aos gostos do público.
A “estranheza" do grotesco o aproxima do cômico e é assimilado pela cultura de massa brasileira com o intuito de compensar as angústias dos indivíduos dos grandes centros urbanos. O humor é, então, visto como elemento atrativo, alheio a padrões preestabelecidos, funcionando como uma “válvula de escape”. É possível rir dos aspectos trágicos ou das desproporções das formas, contrapondo-se assim aos padrões do esteticamente correto, esta possibilidade é a responsável pela permanência do grotesco na história, bem como sua recorrência nas artes e nas mídias contemporâneas.
O livro propõe uma tipologia de gêneros e espécies do grotesco que serão abordados nas próximas postagens.
Referência bibliográfica:
SODRÉ, Muniz e PAIVA, Raquel. O império do grotesco. Rio de Janeiro, Mauad, 2002, 154 p.
SODRÉ, Muniz e PAIVA, Raquel. O império do grotesco. Rio de Janeiro, Mauad, 2002, 154 p.
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