A história da criação do rádio, assim como a história de boa parte das grandes criações da humanidade é envolta em diversas polêmicas quanto aos seus verdadeiros criadores, datas e patentes. De acordo com alguns autores, a tecnologia que proporcionou o surgimento do rádio foi desenvolvida por um italiano chamado Gugliel Marconi no final do século XIX porém, é aceito historicamente que o americano Nikola Tesla seja o criador do aparelho que permite a transmissão do som via ondas sonoras; contudo, na mesma época, um padre brasileiro chamado Roberto Landell de Moura fazia experiências na área e seria ele o responsável pelas primeiras transmissões de rádio no mundo. No entanto, é aceito mundialmente que esta primeira transmissão aconteceu nos Estados Unidos em 1906 e teria sido realizada por Lee Forest.
Nos seus primeiros anos, as rádios brasileiras
funcionavam de modo improvisado e não geravam lucros. Com o fim do amadorismo, a propaganda passou a
ser parte importante na constituição da programação radiofônica e logo se
desenvolveram programas de grande repercussão nacional, surgiram, então, os
jornais, os programas de auditório, programas de entretenimento, musicais,
rádionovelas e os programas de humor.
Durante os anos de 1950 o rádio vivia seu
auge, mas a chegada da televisão,
trazida por Assis Chateaubriand, provocou muitas mudanças na forma fazer rádio.
Pouco a pouco as produções radiofônicas perderam profissionais para o novo
meio. A Voz do Brasil tornou-se obrigatória e o horário de maior lucro das
rádios tem de obrigatoriamente ser cedido ao governo brasileiro.
Muitos defendiam que a
radiodifusão acabaria graças à televisão, mas na realidade o que houve foi uma
mudança no modo de fazer rádio, surgiram às emissoras FMs e o foco da rádio
mudou para tocadora de músicas; já as emissoras AMs popularizaram-se por
oferecer informação, esporte e cultura. Depois, os satélites permitiram levar
as ondas sonoras com maior qualidade a um território maior. Na atualmente, a
discussão gira em torno das rádios digitais que, ligadas diretamente a internet
trazem a imagem ao rádio e modifica mais uma vez todos os conceitos que definem
o que é o fazer radiofônico. No entanto, é a prova de que o veículo de comunicação tende a
modificar-se e sobreviver às novas tecnologias, independente da plataforma
utilizada.
O Humor no Rádio
O humor sempre esteve presente no rádio, mas
foi a partir da década de 1930 que as emissoras, agora profissionais, passaram a
investir no gênero. O rádio começou a se popularizar entre as classes mais
baixas e ganhar status. Nesta época, surgiram os locutores e programadores.
Dentre os quais se destacaram ícones como Nicolau Tuma, criador do termo
"radialista".
Desde o início do fazer radiofônico brasileiro, o humor era parte predominante da programação, em pequenos quadros e programas esporádicos. Em 1934, surgiu o primeiro programa humorístico periódico, A cascatinha do Genaro, transmitida pela Rádio São Paulo, que era apresentado por Gino Cortopassi, com seu personagem Zé Fidellis.
Programas como As aventuras de Nhô Tonico, As aventuras da Vila Arrelia e o programa Chiquinho, Chicote e Chicória, e ainda a Escolinha de Dona Olinda, apresentados por Vittal Fernandes fizeram muito sucesso e tinham como características atrair o público com um humor simples que falava do cotidiano e do modo de ser paulistano. Sem apelação ou exploração de termos e expressões grotescas.
Desde o início do fazer radiofônico brasileiro, o humor era parte predominante da programação, em pequenos quadros e programas esporádicos. Em 1934, surgiu o primeiro programa humorístico periódico, A cascatinha do Genaro, transmitida pela Rádio São Paulo, que era apresentado por Gino Cortopassi, com seu personagem Zé Fidellis.
Programas como As aventuras de Nhô Tonico, As aventuras da Vila Arrelia e o programa Chiquinho, Chicote e Chicória, e ainda a Escolinha de Dona Olinda, apresentados por Vittal Fernandes fizeram muito sucesso e tinham como características atrair o público com um humor simples que falava do cotidiano e do modo de ser paulistano. Sem apelação ou exploração de termos e expressões grotescas.
Nhô Totico (1903-1996). |
Vital Fernandes da Silva, o
Nhô Totico, nasceu em 1903. Inacreditavelmente, fazia seus
programas de improviso e sozinho, na escolinha, imitava uma
dezena de alunos, com vozes, trejeitos, manias diferentes. Aproveitou
para colocar os tipos mais importantes da capital paulista, que graças à
imigração, que foi farta no começo do século vinte, se constituia de:
um italiano, um sírio, um espanhol, um nordestino, um preto velho, com
suas crendices, que era o zelador, a dona Olinda, a professora, e vários
outros. Como dizia Nhô Totico: "Meu programa é como pastel de de
chinês: feito na hora e comido quentinho". Nunca escreveu nada.
Em 1950, Vital ganhou o prêmio "Roquete Pinto"com Maior Artista Brasileiro. Não há registros sonoros de seus programas. E aos poucos ele vai sendo esquecido, embora tenha sido o maior humorista e criador de tipos de todos os tempos. Nhô Totico faleceu em 4 de abril de 1996, com 93 anos de idade.
Em 1950, Vital ganhou o prêmio "Roquete Pinto"com Maior Artista Brasileiro. Não há registros sonoros de seus programas. E aos poucos ele vai sendo esquecido, embora tenha sido o maior humorista e criador de tipos de todos os tempos. Nhô Totico faleceu em 4 de abril de 1996, com 93 anos de idade.
Na
Rádio Nacional, programas como Balança
mais não cai, que se passava em um edifício no qual vários personagens
interagem era sucesso de público e crítica; e PRK – 30, um programa voltado a
fazer humor e zombaria dos próprios programas de rádio do momento.
A década de 1940 foi o marco decisivo para a permanência do humor na rádio, surgem lendas do riso radiofônico como Chico Anísio e Renato Murse. O Cassino do Chacrinha, estreia em 1942, e multidões se encantam com o humor debochado do apresentador, mas tarde no entanto, seu programa vai para a televisão.
PRK-30 era o prefixo de uma suposta rádio pirata, onde dois speakers,
Megatério Nababo D`alicerce (Castro Barbosa) e Otelo Trigueiro (Lauro
Borges), apresentavam notícias de impagáveis correspondentes
internacionais, cantores internacionais, calouros, todos protagonizados
pelos dois humoristas.
O PRK-30 teve sua origem no programa PRK-20 da Rádio Clube do Rio de Janeiro, com os mesmos apresentadores. Lauro Borges recebeu um convite irrecusável para se mudar para a rádio Mayrink Veiga e lá, criou a PRK-30, segundo ele, com 10 megahertz a mais de potência que a anterior. Castro barbosa só iria para a Rádio Mayrink Veiga em 16 de abril de 1945, na 25º edição do programa, porque estava preso ao contrato com a Rádio Clube. Enquanto Castro barbosa permanecia na Rádio Clube, o ator Pinto Filho assumia seu posto com o personagem Chouriço de Moraes.
Antes mesmo da PRK-20, Lauro Borges já tinha feito fama em dois outros programas de humor. Eram eles, A Buzina e Cenas Escolares (mais tarde, batizado de Piadas do Manduca, devido a problemas com a censura).
A década de 1940 foi o marco decisivo para a permanência do humor na rádio, surgem lendas do riso radiofônico como Chico Anísio e Renato Murse. O Cassino do Chacrinha, estreia em 1942, e multidões se encantam com o humor debochado do apresentador, mas tarde no entanto, seu programa vai para a televisão.
PRK-30: um humorístico de grande sucesso
Um dos maiores programas radiofônicos do Brasil, com Lauro Borges e Castro Barbosa a frente desse programa de humor, que estreou na rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1944. |
O PRK-30 teve sua origem no programa PRK-20 da Rádio Clube do Rio de Janeiro, com os mesmos apresentadores. Lauro Borges recebeu um convite irrecusável para se mudar para a rádio Mayrink Veiga e lá, criou a PRK-30, segundo ele, com 10 megahertz a mais de potência que a anterior. Castro barbosa só iria para a Rádio Mayrink Veiga em 16 de abril de 1945, na 25º edição do programa, porque estava preso ao contrato com a Rádio Clube. Enquanto Castro barbosa permanecia na Rádio Clube, o ator Pinto Filho assumia seu posto com o personagem Chouriço de Moraes.
Antes mesmo da PRK-20, Lauro Borges já tinha feito fama em dois outros programas de humor. Eram eles, A Buzina e Cenas Escolares (mais tarde, batizado de Piadas do Manduca, devido a problemas com a censura).
O humor no rádio: atualidade
Na atualidade, podemos destacar no cenário do humor de rádio programas passados em redes consideradas de música pop, como Rádio Mix e Jovem Pan FM. Na jovem Pan, programas como caso do Missão Impossível , Pânico, e esquetes do Chuchu Beleza. Na Mix, esquetes do Jackson Five O criador entre outros, além de programas como A hora do Mução, são destaques na programação. Ambas exibem um humor geralmente marcado pela crítica política e acidez no discurso, utilizando-se de personagens carismáticos para apresentar situações cotidianas e defender pontos de vista sócio-políticos. As rádios populares também mantém sua dose de humor, em Maceió, assim como boa parte do Nordeste brasileiro, o radiofônico Programa do Mução é líder de audiência por se apropriar do grotesco para atrair seu público alvo.
Marco Luque e seu personagem Jackson Five, o motoboy. |
Programa do Mução é líder de audiência por se apropriar do grotesco para atrair seu público alvo. |
A Hora do Mução é um humorístico que há quase duas décadas é líder de audiência em diversas emissoras regionais e nacionais e tem como base em sua produção discursiva a teratologia e a escatologia.
Referências:
http://www.museudatv.com.br/biografias/Nho%20Totico.htm
http://www.mofolandia.com.br/mofolandia_nova/prk30.htm
DAMACENO, Elaine Regiane e NISHIZAWA, Lia Kaori. Humor no Rádio Brasileiro. Universidade Estadual de São Paulo.
LUCA, Tania Regina de . Raízes do Riso. A representação humorística na história brasileira: da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, 366 pp.
MATINS, Ticiana Lorena Acosta e SILVA, Erotilde Honório. O riso no Brasil: o caminho para a gargalhada radiofônica. 7º Encontro Nacional de História da Mídia: mídias alternativas e alternativas das mídias. Ceará, 2009.
André, Jadson. Quase 100 anos depois, o rádio continua sendo a "ponta da lança" da comunicação. In: http://bandab.pron.com.br/jornalismo/quase-100-anos-depois-o-radio-continua-sendo-a-ponta-da-lanca-da-comunicacao-12994/, acessado em 20 de dezembro de 2012.
Acredito que o rádio está longe de um fim, ao contrário do jornal impresso. As emissoras rediofônicos estão cada vez mais se apropriando de mídias que, a princípio, pareciam substituíla, como é o caso da internet. Concordo que muitos programas de humor estão ultrapassando seus limites, tudo por audiência, e o programa do mução é um exemplo disso. Puro humor grotesco.
ResponderExcluirAdorei o novo post, parabéns Fernanda.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo. Ficou muito bom.
ResponderExcluirPor isso que o Brasil não tem o mesmo prestígio que outros países no quesito desenvolvimento tecnológico. quando faz uma descoberta logo alguém toma posse de tudo. Foi assim com a história do avião.
ResponderExcluirJá é difícil encontrar programas de humor de qualidade na tv imagina então no rádio. Pra vencer a concorrência esses "humoristicos" fazem de tudo.
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