sexta-feira, 12 de abril de 2013

O estudo do riso grotesco e cruel nas ondas do rádio


Ontem O Mundo do Grotesco completou três meses. Nesse período, Fernanda e eu apresentamos o grotesco e suas aplicações nos mais variados meios de comunicação midiática, tendo como suporte teórico os estudos de Mikhail Bakhtin (1987), através de sua análise na obra A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de Françóis Rabelais, e Muniz Sodré e Paiva Paiva (2002), em especial Sodré que contemporaneamente é um dos poucos teóricos brasileiros que reflete e fundamenta os estudos da escatologia, da teratologia – enfim, da comunicação do grotesco que se manifesta na mídia.

Conforme Sodré (2002), a comunicação do grotesco é o fenômeno que fundamenta a comunicação massiva, pois é o grotesco em sua forma representado, por meio de suporte escrito – literatura e imprensa, ou pelo suporte imagístico, fotografia cinema, televisão, rádio e outros, ou atuado por meio de situações de comunicação direta, vivenciados no dia a dia ou nos palcos de maneira espontânea ou encenada que mais captam a audiência massiva.

Utilizamos este espaço como uma extensão de nossa pesquisa, na medida em que publicamos assuntos relacionados à estética do grotesco, a começar por sua terminologia. A partir de hoje abordaremos os resultados parciais de um estudo de caso, objeto desta Pesquisa de Iniciação Científica. Trata-se uma análise do programa radiofônico A Hora do Mução, um humorístico que há quase duas décadas é líder de audiência em diversas emissoras regionais e nacionais e tem como base em sua produção discursiva a teratologia e a escatologia.

Antes, a historiologia do rádio no Brasil, levando-se em consideração os principais acontecimentos.

A história do rádio no Brasil


Roquete Pinto.
1922 - Realiza-se no dia 7 de setembro a primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil, como parte das comemorações do Centenário da Independência. A Westinghouse Electric, junto com a Companhia Telefônica Brasileira, instala no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, uma estação de 500 W, inaugurada com um discurso do presidente Epitácio Pessoa . Seguem-se emissões de música lírica, conferências e concertos, captados pelos 80 aparelhos de rádio distribuídos pela cidade. Após as festividades, as transmissões são interrompidas.

1923 - O governo brasileiro monta, na praia Vermelha, no Rio de Janeiro, uma estação de rádio que transmitia, em condições precárias, programas literários, musicais e informativos. Roquette Pinto e Henrique Morize criam a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que apresentava programas educativos e culturais. Influenciadas por ela, são fundadas rádios amadoras em várias partes do país; todas nascem como clubes e sociedades e, como a legislação proibia a publicidade, são sustentadas por seus associados.

1932 – Waldo de Abreu cria os primeiros anúncios de rádio no Esplêndido Programa, da Rádio Clube do Brasil do Rio de Janeiro. O governo Getúlio Vargas permite a publicidade no rádio. Sustentadas pelo dinheiro dos anúncios, as emissoras passarão a ser regidas por interesses comerciais (de seus anunciantes) e não mais de seus associados que outrora a sustentavam. As rádios perdem o caráter de “associação”. Nesse mesmo ano Locutores paulistas usam o rádio como instrumento para conseguir a adesão popular à Revolução Constitucionalista de 1932.

1935 - Inauguração da Rádio Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro. Instituição do programa oficial do governo de Getúlio Vargas , a Voz do Brasil, transmitido até hoje. A Rádio Kosmos, de São Paulo, cria os primeiros programas de auditório, que permitem a participação do público. Surgem os primeiros ídolos do rádio: Linda Batista, Araci de Almeida, Francisco Alves, Carmen Miranda, Orlando Silva, Sílvio Caldas , entre outros. A primeira a possuir uma equipe jornalística.

1936 - Inauguração da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, a primeira grande emissora brasileira, líder de audiência durante duas décadas.

Auditório da Rádio Nacional.
 1937 - Assis Chateaubriand inauguara a Rádio Tupi de São Paulo. A cantora Linda Batista é eleita a "Rainha do Rádio".

 1941 - A Rádio Nacional lança o Repórter Esso primeiro radiojornal brasileiro, que ia ao ar na voz de Heron Domingues . Em Busca da Felicidade, a primeira radionovela brasileira, é transmitida pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

1944 - Inauguração da Rádio Globo, do Rio de Janeiro.

1948 – Inicia-se a fase áurea dos programas de auditório, quando despontam cantoras como Emilinha Borba e Marlene e sua histórica rivalidade.

Emilinha Borba.
1982 - A Rádio Fluminense FM, mais conhecida como "Maldita", criou uma nova linguagem de locução nas FMs. Era a Rádio Rock!. Na época do primeiro Rock in Rio, estava entre as cinco mais ouvidas regularmente.

1991 - Com o slogan " A rádio que toca notícia ", o Sistema Globo de Rádio inaugura a Central Brasileira de Notícias (CBN-AM), com 24 horas de informações.

1997 - O percentual de domicílios brasileiros com aparelhos de rádio chega a 90,3%, contra 84,9% em 1992, segundo o IBGE. Na Região Sul, o índice é de 94,8%; na Sudeste, 94,3%; na Centro-Oeste, 87,2%; e na Nordeste, 83,3%.

2000 - Começam a ter destaque as rádios virtuais pela Internet. Entra em atividade a RadioClick do Sistema Globo de Rádio.

2005 - No ano em que o rádio comemora 83 anos de transmissão analógica no Brasil, as principais emissoras do país começam a testar a difusão digital de sua programação. A tecnologia é testada por parte das emissoras dos grupos Eldorado, Bandeirantes, Jovem Pan, RBS e Sistema Globo de Rádio.


Fonte:
História do rádio no Brasil. Disponível em:

8 Deixe seu comentário::

  1. Parabéns pelo blog, gostei muito da ideia de estudar o grotesco.

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  2. Mirian, você tem facebook?

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    1. Tenho sim, http://www.facebook.com/mirian.santos.2013 . Aproveita e curte a página do blog.

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  3. Também achei este blog muito interessante. estava pesquisando sobre a história do radio e acabei encontrando o que precisava e muito mais. parabens as postagens são boas e o tema de vocês é bastante chamativo. e que venham mais três meses, e mais três anos, e muito mais.

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    1. Fico feliz que tenha gostado do blog Érika, continue nos acompanhando. E que venham mesmo outros meses e anos! Obrigada.

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    2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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    3. Obrigada Érika; e continue explorando este espaço.

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