De acordo com os dicionários Abbagnano (1998), “grotesco é tudo que diverge ao tipo natural", enquanto o brasileiro Aurélio (2004) o define como o “adjetivo que suscita o riso ou escárnio.” o Houaiss (2002), diz que o grotesco é a “categoria estética cuja temática privilegia o disforme, o ridículo, o extravagante.”
O termo surgiu em Roma, no final do século XV, para denominar ornamentos estranhos encontrados nos porões do palácio de Nero, em frente ao Coliseu. A palavra deriva de grotta, “gruta”, “porão”, em italiano. No século XVI é usado para definir aquilo que é ridículo, bizarro ou extravagante e no século XIX o fenômeno passa a ser considerado uma categoria estética, através do prefácio de Cromwell, de Vitor Hugo.
Em 1987, Mikhail Bakhtin diz, através da obra A cultura popular na Idade Média e no Renascimento – o contexto de François Rabelais que a compreensão do grotesco se dá pela cultura popular:
O termo surgiu em Roma, no final do século XV, para denominar ornamentos estranhos encontrados nos porões do palácio de Nero, em frente ao Coliseu. A palavra deriva de grotta, “gruta”, “porão”, em italiano. No século XVI é usado para definir aquilo que é ridículo, bizarro ou extravagante e no século XIX o fenômeno passa a ser considerado uma categoria estética, através do prefácio de Cromwell, de Vitor Hugo.
Em 1987, Mikhail Bakhtin diz, através da obra A cultura popular na Idade Média e no Renascimento – o contexto de François Rabelais que a compreensão do grotesco se dá pela cultura popular:
Ao contrário da festa oficial, o carnaval era o fundo de uma espécie de libertação temporária da verdade dominante e do regime vigente, de abolição provisória de todas as relações hierárquicas, privilégios, regras e tabus. Era a autêntica festa do tempo, a do futuro, das alternâncias e renovações... (BAKHTIN, 1987, p. 8-9).
Segundo os professores e pesquisadores Muniz Sodré e Raquel Paiva, o grotesco caracteriza-se pelo rebaixamento operado por uma combinação insólita e exasperada de elementos heterogêneos, com referência frequente a deslocamentos escandalosos de sentido, situações absurdas, animalidade, partes baixas do corpo, fezes e dejetos.
Com relação às Espécies do grotesco, Sodré e Paiva definiram quatro modalidades expressivas, a saber:
1. Escatológico: Trata-se das situações que fazem referência a dejetos, secreções, partes baixas do corpo, entre outros. Sodré e Paiva citam o exemplo de A Morte e a Morte de Quincas Berro D´água, o personagem mediano descreve a tia Marocas como um “saco de peidos”.
2. Teratológico: São as referências risíveis a monstruosidades, aberrações, deformações, bestialismos, etc. Um exemplo é o personagem principal da obra O Corcunda de Notre - Dame, de Victor Hugo, e Bocatorta, de Monteiro Lobato.
3. Chocante: está presente nas duas formas anteriores e tem o objetivo de provocar no espectador ou contemplador um choque perceptivo, geralmente com intenções sensacionalistas, podendo ser chamado também de grotesco chocante.
4. Crítico: Dar-se quando o grotesco presente no objeto visado expõe um discernimento formativo, ou seja, além da percepção sensorial do fenômeno, é desvelado o que se tenta ocultar (convenções, ideias) expondo de modo risível 5 os mecanismos do poder abusivo. Esse efeito pode tomar a forma da caricatura ou da paródia provocando inquietações nas situações estabelecidas.
Referências bibliográficas:
BAKHTIN, Mikhail. A cultura na Idade Média e no Renascimento – o contexto de François Rabelais/ tradução de Yara Frateschi. São Paulo: HUCITEC, Brasília, 1987.
SODRÉ, Muniz. A comunicação do grotesco. Petrópolis: Vozes, 1972.
SODRÉ, Muniz, PAIVA, Raquel. O império do grotesco. Rio de Janeiro: Mauad, 2002
SODRÉ, Muniz, PAIVA, Raquel. O império do grotesco. Rio de Janeiro: Mauad, 2002
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