sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Humor gráfico: caricatura, charge e cartum


O humor gráfico, isto é, impresso, se disseminou com o desenvolvimento das técnicas de impressão e a popularização do jornal, a partir do século XVIII. As ilustrações eram acompanhadas ou não de textos de conteúdo político ou social e as imagens satirizavam ou criticavam as atitudes de pessoas públicas.

Caricatura de James Gillray (1757-1815).
James Gillray, um caricaturista britânico que ridicularizava através de suas gravuras as vidas política e social da Inglaterra, no final do século XIX. Também no século  XIX, ficaram famosas as charges do ítalo-brasileiro Angelo Agostini, que demonstravam sua insatisfação para com o governo de Dom Pedro II.

Charge de Angelo Agostini (1843-1910).
A caricatura é a representação da figura humana, especialmente de pessoa pública, composta de traços exagerados e distorcidos, transformando-a em personagem cômico ou ridículo. Essa ilustração se faz presente em formas narrativas, como a charge, o cartum e a História em Quadrinhos de humor, seja pela estilização do traço do desenho, seja pelo retrato deformado de alguma personalidade.  

A caricatura é "interpretada voluntariamente de forma distorcida sob seu aspecto ridículo ou grotesco. É um desenho que, pelo traço, pela seleção de detalhes, acentua ou revela certos aspectos ridículos de uma pessoa ou de um fato. Na maioria dos casos, uma característica saliente é apanhada ou exagerada. "(FONSECA, 1999, In: SANTOS, 2012, p. 78.).

A charge é uma sátira crítica ou política feita por meio de comentário ilustrado oriundo de fato recentemente  veiculado pelo mídia, podendo ter sequência de acordo com a duração da notícia. Ela perderá sua comicidade ao passo que tenha passado o acontecimento que gerou notícia. A seguir, a charge do cartunista Glauco Vilas Boas, publicada em fevereiro de 2010, a qual trata do desvio de recursos públicos por parte de políticos de Brasília:

Charge de Glauco (1957-2010).

Já o cartum,  ao contrário da charge, não perde sua comicidade com o passar do tempo porque enfatiza o comportamento humano e suas contradições. Seu sentido cômico surge da reversão de uma expectativa,  isto é, o artista pode inverter a expectativa do leitor apresentando uma ilustração que lembra algo bastante conhecido, mas com uma leve diferença e um acréscimo de ideia. O cartum pode possuir ou não textos e sua apreciação agrada um leitor ao mesmo tempo em que pode ofender outro. 


Cartum de Nani.

Seja  sob a forma de caricatura, charge ou cartum, o fato é que a ilustração impressa, especialmente o humor gráfico, tem importante valor histórico, enquanto registro de imagens e/ou textos que agregam conteúdo informacional e características da sociedade de uma determinada época, além de ser considerado por muitos um passa-tempo.



Referência bibliográfica:

SANTOS, Roberto; ROSSETTI, Regina (Org.). Humor e riso na cultura midiática. São Paulo: Paulinas, 2012, p. 76-82.


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