terça-feira, 8 de outubro de 2013

O bobo da corte


Bobo da corte, bufão, bufo ou simplesmente bobo é o nome pelo qual era chamado o "funcionário" da monarquia encarregado de entreter o rei e rainha e fazê-los rirem. Muitas vezes eram as únicas pessoas que podiam criticar o rei sem correr riscos,uma vez que sua função era fazê-lo rir, assim como os palhaços fazem nos dias atuais.

Bufão é um tipo característico do grotesco. Existe desde a idade média, estando presente na corte, no teatro popular, sendo cômico e considerado desagradável por apontar de forma grotesca os vícios e as características da sociedade. O corpo do bufão caracteriza-se pela deformidade e o exagero, sendo o excesso uma de suas principais características. Também apontado como Arlequim, Faustaff ou Bobo da corte.

Foto/Reprodução da internet.

O bobo teve origem no Império Bizantino. No fim das Cruzadas, tornou-se figura comum nas cortes européias, e seu desaparecimento ocorreu durante o século XVII. Vestia uniformes espalhafatosos, com muitas cores e chapéus bizarros com guizos amarrados. Inspirou a 13ª carta do baralho e, nos dias atuais, o famoso vilão, arquiinimigo do Batman.

Ele  divertia o rei e os áulicos. Declamava poesias, dançava, tocava algum instrumento e era o cerimoniário das festas. De maneira geral era inteligente, atrevido e sagaz. Dizia o que o povo gostaria de dizer ao rei e zombava da corte. Com ironia mostrava as duas faces da realidade, revelando as discordâncias íntimas e expondo as ambições do rei. Na maioria das vezes, os bobos eram loucos, deficientes físicos, anões e corcundas, que tinham a missão de entreter os monarcas com palhaçadas e, principalmente, com suas deformidades. Alguns bobos tinham suas colunas quebradas para que tivessem um aspecto mais “interessante” aos nobres.

A palavra "bufão" vem de "bufa" (flatulência) e denominou os comediantes dos reis porque imitavam com a boca os sons escatológicos.

Bufão Dom Bibas, século XI.
O bobo da corte tem uma origem dentro da sabedoria súfi. Os mestres súfis, ao acompanhar os movimentos islâmicos na Ibéria e também nas épocas conturbadas das Cruzadas, trouxeram várias tradições esotéricas que se incorporaram ao folclore europeu. Nas peças de William Shakespeare. Geralmente, o Bobo shakespeariano é um personagem aparentemente ingênuo e inconsequente, de língua afiada, que serve para insultar e fazer comentários ásperos e irônicos sobre as atitudes e posturas dos demais personagens. Na maioria das peças em que aparece, esse personagem mantém-se à margem da trama, falando diretamente à plateia.

O bobo da corte era uma figura real comum na época de Shakespeare. A rainha Elizabeth, por exemplo, costumava mantê-los em sua corte. Usado tanto nas comédias quanto nas tragédias, os bobos mais relevantes de Shakespeare são o da corte do Rei Lear (que funciona como um alter-ego, um espelho, do próprio Lear), o bobo profissional de Timão de Atenas (em torno do qual se desenvolve uma espécie de subtrama).


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