sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Como funciona o riso

Artigo extraído do site HowStuffWorks Brasil.

O que é risada


Em primeiro lugar, risada não é a mesma coisa que humor. O riso é a resposta fisiológica ao humor. A risada consiste em duas partes: um conjunto de gestos e a produção de um som. Quando rimos, o cérebro nos pressiona a realizar ambas as atividades simultaneamente. Quando damos gargalhadas, acontecem mudanças em muitas partes do corpo, até nos músculos do tronco, do braço e das pernas. Sob certas condições, nossos corpos executam o que a Enciclopédia Britânica descreve como "ações involuntárias, expiratórias, vocalizadas e rítmicas", mais conhecida como risada. 

Por que rimos


Muitos pesquisadores acreditam que o propósito do riso está relacionado com fazer e fortalecer as conexões humanas. "A risada acontece quando as pessoas sentem-se à vontade umas com as outras, quando se sentem abertas e livres. E quanto mais riso (há) maior vínculo (ocorre) dentro do grupo", diz o antropologista cultural Mahadev Apte. Esta resposta à "união" vínculo-risada-maior vínculo, combinada com o desejo de não ser discriminado pelo grupo, pode ser outra razão de porque o riso geralmente é contagioso. 
Foto/reprodução da internet.

As pessoas são 30 vezes mais propensas a rir em eventos sociais do que quando estão sozinhas (e sem estímulo pseudo-social da televisão). Mesmo o óxido nitroso ou o gás do riso, perde muito efeito quando empregado por uma pessoa sozinha, de acordo com o psicólogo alemão Willibald Ruch. 

O riso no cérebro


O estudo fisiológico do riso tem nome próprio: gelotologia. Pesquisadores observaram as seguintes atividades específicas:

  • lado esquerdo do córtex (camada de células que cobre inteiramente a superfície do cérebro) analisou as palavras e a estrutura da piada;
  • o grande lobo frontal do cérebro, envolvido nas respostas sociais e emotivas, tornou-se muito ativo;
  • hemisfério direito do córtex executou a análise intelectual necessária para "entender" a piada;
  • a atividade das ondas cerebrais espalhou-se para a área de processamento sensorial do lobo occiptal (área na parte de trás da cabeça que contém as células que processam os sinais visuais);
  • a estimulação da região motora provocou respostas físicas à piada. 

 

O que é engraçado 


Três teorias tradicionais sobre aquilo que achamos engraçado:

  • A teoria da incongruência sugere que o humor cresce quando lógica e familiaridade são substituídas por elementos que normalmente não andam juntos. O pesquisador Thomas Veatch diz que uma piada se torna engraçada quando esperamos uma coisa e acontece outra. experimentamos simultaneamente dois conjuntos de pensamentos e emoções incompatíveis. Ou seja, experimentamos a incongruência entre as diferentes partes da piada.

  • A teoria da superioridade aparece em cena quando rimos de piadas que focam os erros, a estupidez ou o infortúnio de alguém. Nós nos sentimos superiores a esta pessoa, experimentamos um certo desligamento da situação e assim temos a capacidade de rir dela.

  • A teoria do alívio. Enquanto tentamos enfrentar dois conjuntos de emoções e pensamentos, precisamos de alívio e a risada é o caminho para limpar nosso sistema de tensão crescente e incongruência.  De acordo com a Dra. Lisa Rosenberg, o humor, especialmente o humor negro, pode ajudar os trabalhadores a lidar com situações estressantes. Ela diz: "a ação de produzir humor, de contar uma piada, nos dá uma pausa mental e aumenta nossa objetividade diante da tensão opressiva". 

Riso e saúde


A risada reduz os níveis de certos hormônios do estresse. Basicamente, ele pode trazer equilíbrio a todos os componentes do sistema imunológico. Os benefícios psicológicos do humor são surpreendentes, afirmam os médicos e enfermeiras membros da American Association for Therapeutic Humor. Geralmente, as pessoas guardam emoções negativas tais como raiva, tristeza e medo, ao invés de expressá-las. O riso possibilita uma maneira destas emoções serem liberadas inofensivamente.  A risada funciona como catarse.

Isso não é engraçado

 

Os especialistas dizem que várias diferenças óbvias nas pessoas determinam o que elas acham engraçado. A diferença mais significativa é a idade.

Cranças - Junto com o ridículo e o surpreendente, as crianças também apreciam piadas onde a crueldade está presente - é aquilo que chamamos de "toilet humor" (tipo de humor que fala sobre as necessidades fisiológicas e outras funções do corpo). Para as crianças, a preocupação com as funções do corpo é simplesmente outra maneira de explorar o seu novo ambiente fascinante. 

Adolescência - Muitos adolescentes riem de piadas que falam sobre sexo, comida, autoridades e, em típico estilo rebelde, qualquer assunto que os adultos consideram proibido. É um período de insegurança e os jovens geralmente usam o humor como uma ferramenta para protegerem-se ou para sentirem-se superiores. 

Foto/reprodução da internet.
Adultos - O senso de humor do adulto é normalmente mais sutil, mais tolerante e menos criterioso a respeito das diferenças das pessoas. O que achamos engraçado de acordo com a nossa idade ou estágio de desenvolvimento mental, parece estar relacionado com os fatores estressantes deste período. Basicamente, nós rimos daquilo que nos estressa.


Outro fator que afeta o que achamos engraçado é a cultura ou a comunidade de onde viemos que fornecem muitos elementos para piadas. Existem temas econômicos, políticos e sociais extremamente engraçados, mas somente as pessoas que vivem naquela cultura podem entendê-los.

Quando as pessoas dizem "isso não é engraçado", teoriza Veatech, elas querem dizer "isso é ofensivo" ou "então, qual é o objetivo?". Para que uma pessoa ache uma piada ou situação ofensiva, ela deve ter algum apego ao princípio ou à pessoa que está sendo humilhada ou criticada na piada.

Nós, humanos, somos a única espécie que ri, e um adulto ri normalmente, 17 vezes por dia. As pessoas gostam tanto de rir que existem indústrias do riso. As piadas, as comédias de situação (sitcoms) e os comediantes, são todos programados para nos fazer ri. Na verdade, a risada é uma resposta complexa que envolve muitas habilidades utilizadas para resolver problemas.



 Fonte:
HowStuffWorks Brasil: http://saude.hsw.uol.com.br/riso5.htm Acesso em 03/02/13.

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