terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

CONTOS D'ESCARNIO / TEXTOS GROTESCOS


Sinopse 

Contos d'escárnio / Textos grotescos, composto em tom de sátira, traz todas as características que marcam a prosa hilstiana - o enredo não guarda qualquer linearidade, às vezes o texto é lírico, outras vezes confirma o grotesco do título, diversos gêneros (desde o teatro até o certame poético) vão se sobrepondo e as personagens alternam momentos de confessionalismo a outros de crítica radical. 

O alvo de Hilda Hilst é o mercado de livros de pouca qualidade e a celebração do baixo nível que a autora enxerga na cultura brasileira. Crasso, o narrador de nome romano e comportamento chulo, descortina suas lembranças e as envolve em um novelo ao lado de outras micronarrativas. O resultado é uma espécie de pequeno Decamerão em que, no caso, reinam a bandalheira, o mau gosto e o excessivamente medíocre.

Bibliografia: HILST, Hilda. Contos d’escárnio. Textos grotescos. São Paulo: Globo, 2002. Doravante CETG.


Sobre a autora


Paulistana de Jaú, nascida no dia 21 de abril de 1930 e falecida a 4 de fevereiro de 2004, Hilda Hilst é reconhecida, quase pela unanimidade da crítica brasileira, como uma das nossas principais autoras, sendo consideradas uma das mais importantes vozes da Língua Portuguesa do século XX.

De temperamento transgressor, prezando a liberdade, dona de uma rara beleza e coragem, culta e poeta, Hilda teve uma personalidade marcante e sedutora que ia de encontro aos costumes tradicionais vigentes nos anos 50, criando-se um folclore ao seu redor que, segundo alguns críticos, até chegou a ofuscar a importância de sua obra. A abrangência de linguagem conseguida por Hilda Hilst, capaz de abarcar o coloquial mais chulo e a poesia mais intensa, alia-se à complexidade do Universo da autora, tornando-a uma das mais importantes vozes para descrever, com profunda e comovente fidelidade, a solidão, perplexidade e grandeza do Homem diante do Mundo.

Iniciando sua ascese literária como poeta (seu primeiro livro, Presságio, é de 1950), Hilda Hilst estreou na dramaturgia em 1967, passando a representar o Brasil em festivais de teatro no exterior, entre eles o Festival de Manizales, Colômbia. Também por várias vezes suas peças teatrais, pela excelência do texto, têm sido utilizadas nos exames da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD- USP) e da Unicamp. Ao iniciar sua ficção, em 1970, com o livro Fluxo Floema, inaugura também um momento raro na Literatura Brasileira pela vigorosa revitalização da linguagem, que utiliza como meio de desestruturação, reformulação e catarse, para afinal reconstruir a Idéia (o Homem) dentro de novos limites. Seguiram-se vários outros livros no gênero.

Em 1990, Publica Alcoólicas (poesia) e os dois primeiros títulos da sua trilogia erótica, O caderno rosa de Lori Lamby, que a princípio escandaliza a maior parte da crítica, e Contos d’escárnio/Textos grotescos, igualmente perturbador para boa parte de seus leitores.  (Portal Cultural Hilda Hilst).










Fontes pesquisadas:

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