Immanuel Kant (1724-1804). |
Kant divide o juízo de gosto em quatro grandes momentos. O primeiro é o "juízo de gosto, segundo a qualidade" que define o gosto como a faculdade de ajuizamento, isto é, a capacidade de julgar um objeto, ou modo de represetação, por intermédio de um sentimento de satisfação ou desagrado. Segundo Kant, a complacência determina o juízo de gosto e é independente de todo interesse; assim, o ajuizamento não surge "pelo simples entendimento ao objeto em vista do conhecimento, mas pela faculdade de imaginação do sujeito e ao seu sentimento de prazer e desprazer" (KANT, 1995, p. 47-48). O fundamento de determinação refere-se exclusivamente ao sujeito e a seu sentimento de vida que dará a ele a faculdade de distinção e ajuizamento peculiares que nada contribuem para o conhecimento.
O segundo momento refere-se ao "juízo de gosto, segundo a quantidade" e considera belo o que possui validez universal, sem conceito lógico. De acordo com o autor, o juízo estético exige um consenso universal porque todo ser humano possui, necessariamente, as faculdades comuns (sensibilidade, ou imaginação e talvez o conhecimento) que produzem as sensações de prazer e desprazer.
O terceiro momento Kantiano trata do "juízo de gosto, segundo a finalidade". Diz que a beleza é a forma da finalidade de um objeto, na medida em que é percebida sem a representação de um fim. Kant definiu a finalidade como algo subjetivo encontrado no objeto e com o poder de provocar suas faculdades de maneira harmoniosa.
Existem, ainda segundo o autor, dois tipos de Beleza: "A Beleza Livre", associada às formas abstratas que, de acordo com Kant, representam formas puras, uma vez que não se apoiam em nenhum conceito. E a "Beleza Aderente", ligada às artes figurativas, pois supõe um conceito e a perfeição do objeto em relação a esse conceito.
O quarto e último momento do juízo de gosto refere-se à "modalidade da complecência do objeto". O sentimento de beleza é puramente contemplativo, sem a influência de qualquer desejo. É um julgamento que não depende da existência do objeto e que une somente sua natureza ao sentimento de prazer ou desprazer e sem a utilização de conceitos. O belo é, então, o que é reconhecido sem conceito como objeto de uma satisfação necessária.
Bibliografia:
KANT, Immanuel. Crítica da Faculdade do Juízo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. (págs. 47-89).
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