terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A Estética do Grotesco no Programa do Mução


O Programa do Mução é um produto radiofônico de humor criado pelo radialista Rodrigo Vieira Emerenciano há cerca de 20 anos e hoje é transmitido por dezenas de rádios por todo o país atingindo a quase mil cidades, tendo uma cobertura de 33 milhões de ouvintes.

Com um humor voltado para o uso do grotesco, os quadros em sua maioria se utilizam de estereótipos, xingamentos e discriminação de detalhes íntimos da vida de pessoas comuns. O programa é um sucesso em todo o território nacional exatamente por se utilizar deste tipo de artifício para entreter o ouvinte.

Apesar de conhecido pelas “pegadinhas” e trotes apresentados, o Programa do Mução oferece na atualidade diversos quadros, normalmente ligados à interatividade com o público, no qual Mução e seu elenco de apoio zombam dos entrevistados e fazem brincadeira com todo tipo de situação. Quadros com tradução de letras musicais - momento no qual canções de grandes nomes da música internacional são mixadas no ritmo de forró atraem grande número de ouvintes.

Além disso, há quadros que contam estórias interpretadas pela turma do Mução, paródias da novela do momento e até mesmo a publicidade é criada dentro do contexto do programa, sem quebras no ritmo das piadas. O produto midiático usa as técnicas de radioteatro em sua estrutura radiofônica, como se pode perceber nas falas; há diversos quadros com vários personagens e quadros fixos que dialogam de forma escatológica e teratológica e que lembra uma conversa trivial, porém ensaística (uma "bagunça organizada")  geradora do  riso cruel.

O quadro Pegadinhas do Mução


O quadro Pegadinhas do Mução consiste no telefonema a uma pessoa, a “vítima”, indicada por ouvintes que divulgam informações a respeito de algum apelido ou característica física odiada por ela. A princípio, o apresentador inicia a conversa de maneira agradável - em geral fazendo-se passar por um cliente, parente ou pessoa interessada na realização de pesquisa de opinião - até proferir o apelido propriamente dito. A partir desse momento, uma sequência de palavrões e expressões de conteúdo vulgar com forte referência às partes baixas do corpo tornam-se o foco do Programa do Mução, na medida em que provocam o riso grotesco e cruel nos ouvintes e, consequentemente, repercussão e audiência.

Mução, por sua vez, volta a repetir insistentemente o nome indesejado da “vítima” que, descontrolada, como deixa transparecer por intermédio de sua fala, desliga o telefone. Contudo, não obtém sucesso, pois o personagem volta a ligar sustentando a discussão constrangedora.





Segue abaixo o link de um artigo escrito após análise aprofundada do Programa do Mução, apoiando-se em referenciais teóricos da estética do grotesco nas obras de Sodré e Paiva (2002) e Bakhtin (1987).



3 Deixe seu comentário::

  1. Eu já escutei algumas vezes, e até achei engraçado. Mas ás vezes passa do limite.

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    1. Eu também achava engraçado, porque não era comigo.esse programa pega pesado demais. é mesmo grotesco.

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  2. Esse tal programa, Hora do Mução, é um absurdo, e já deveriam terem tirado do ar pela falta de compostura, de desrespeito pelo próximo. Esse mau elemento deveria ser processado por zombar, desmoralizar seus conterrâneos, gente simples que, por telefone, tem de aguentar suas cruéis chacotas. Isso não está correto, é um crime!

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