terça-feira, 2 de abril de 2013

Gargântua e Pantagruel - François Rabelais



Tudo começa com um banquete extravagante: jogar fora qualquer comida é inimaginável; recusar alguma iguaria está fora de cogitação. E, assim, Gargamelle, mulher de Grandgousier, devora tripas de boi até não mais poder – e come tanto que acaba por dar à luz os próprios intestinos. Em meio à confusão, nasce, pelo único orifício então disponível na glutona (a orelha), o gigante Gargântua, que viria a ser o pai de Pantagruel, outro comilão e beberrão memorável. Foi por meio desses dois personagens, aparecidos nos livros Gargântua (1534) e Pantagruel (1532) François Rabelais fez do grotesco, do escatológico e do humor levado ao limite do absurdo a sua distinção como um dos mais radicais e originais humanistas do Renascimento.* 


Imagens das obras. Fonte: Google.

Usava a imagem de dois gigantes, pai e filho, que canalizavam em seu dia a dia todos os defeitos da sociedade da época. A obra foi considerada imprópria e  condenada pela Universidade de Sorbone e pelo parlamento francês que trabalhavam como uma espécie de "censura" da época.

O livro contava com um humor bem popular e os gigantes viviam às voltas com prazeres físicos e mundanos da vida: a comida, a bebida e o sexo. Rabelais ainda usava a obra para satirizar o ascetismo religioso, os costumes da Cavalaria, a senha conquistadora dos reis e até mesmo o sistema educacional da época, mas sem causar grandes estragos com seu texto, apesar de alguns protestos, como os que causaram a censura da obra.



Pantagruel Les horribles et épouvantables faits et prouesses du très renommé Pantagruel Roi des Dipsodes, fils du Grand Géant Gargantua ("Os horríveis e apavorantes feitos e proezas do mui renomado Pantagruel, rei dos dipsodos, filho do grande gigante Gargântua") é o herói do primeiro romance , publicado em 1532. Pantagruel é filho do gigante Gargântua e de sua mulher Badebec, que morre durante o parto.

Um grande boa-vida, alegre e glutão, destaca-se desde a infância por sua força descomunal - superada apenas por seu apetite. Seu nome significa "tudo alterado" e é também o nome de um demônio do folclore bretão cuja atividade preferida era a de jogar sal na boca dos bêbados adormecidos, para lhes causar sede e fazê-los beber ainda mais.

Em suas andanças, Pantagruel encontra Panurge, um clérigo arruinado que se tornará seu companheiro de aventuras e também protagonista de vários episódios do romance. Fortemente inspirada na tradição oral do medievo, nas gestas e nos romances de cavalaria, a narrativa constitui-se de episódios épicos, cômicos, eventualmente delirantes e grotescos, narrados em linguagem simples.


O gigante Gargântua, ilustração de Gustave Doré, 1873.
Após o grande sucesso do seu primeiro livro, Rabelais publica o segundo romance, Gargântua, originalmente chamado La vie très horrifique du grand Gargantua, père de Pantagruel (" A vida mui horrífica do grande Gargântua, pai de Pantagruel").

Em virtude da censura da Sorbonne, Rabelais escreveu ambos os livros sob o pseudônimo Alcofrybas Nasier, um anagrama de seu próprio nome. De todo modo, Pantagruel acabou condenado pela Sorbonne, sendo incluído entre os livros obscenos e censurados. Em 1564 o Index librorum prohibitorum ( Índice dos Livros Proibidos, uma lista de publicações literárias que eram proibidas pela Igreja Católica) , promulgado pelo Papa, classificou as obras de Rabelais como heréticas.


Gargântua é o primeiro volume da história dos gigantes Gargântua e Pantagruel. Apesar de ser o primeiro na ordem cronológica, foi o segundo a ser escrito. O livro trata da história do gigante Gargântua, pai de Pantagruel, rei dos dipsodos. Os livros ficaram famosos na França, mas foram proibidos pela Sorbonne por seu conteúdo obsceno. Em virtude da censura, Rabelais escreveu ambos os livros sob o pseudônimo Alcofrybas Nasier, um anagrama de seu próprio nome. De todo modo, Gargântua, assim como Pantagruel, acabou condenado pela universidade francesa, sendo incluído entre os livros obscenos e censurados. 

Rabelais: um crítico do seu tempo

Nascido entre 1484 e 1494 – não existem fontes seguras quanto ao ano do seu nascimento -, Rabelais foi escritor, padre e médico. Entrou para a História justamente pelos seus escritos, que traziam à tona, de forma sarcástica, os defeitos de uma sociedade presa às eternas amarras do passado.

Quando ainda era padre, logo após sua ordenação em 1525, Rabelais viajou por muitas regiões da França, quando teve a oportunidade de entrar em contato com diversas peculiaridades do povo francês, seus dialetos, tradições e costumes. Durante o período do monastério, ele chegou a estudar Medicina mas não se aprofundou a ponto de ser considerado médico. Formou-se apenas em 1530, em Montpellier, após largar a ordenação. Depois de formado, foi trabalhar em Lyon, e em 1532 publicou a primeira de suas duas comédias mais famosas, “Pantagruel”. **

Rabelais
Rabelais (1494-1553)
 François Rabelais (Chinon, 1494 — Paris, 9 de abril de 1553) escritor, padre e médico francês do Renascimento, que usou, também, o pseudônimo Alcofribas Nasier (um anagrama de seu verdadeiro nome).

Ficou para a posteridade como o autor das obras primas cómicas Pantagruel e Gargântua, que exploravam lendas populares, farsas, romances, bem como obras clássicas. O escatologismo é usado para condenação humorística. A exuberância da sua criatividade, do seu colorido e da sua variedade literária asseguram a sua popularidade. 









Fontes (acesso em: 02/04/2013):
* http://www.almirdefreitas.com/almir/Gargantua_e_Pantagruel___Rabelais.html

4 Deixe seu comentário::

  1. O conteúdo do blog é interessante, porém a Leitura ficou prejudicada por um mini painel (face/curtir/tweet/g1) que esconde parte do texto. Creio que haverá um jeito de movê-lo para algum ponto onde não atrapalhe.Abraços.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá!

      verifique a resolução de tela do seu computador para que a barra de compartilhamento flutuante (localizada à esquerda do artigo) se adeque perfeitamente ao texto. Clique em "Ctrl - " e o problema será resolvido. Abraços!

      Excluir
  2. Creio que não existe nenhuma tradução portugues dos livros de Gargantua e Pantagruel. Alguem conhece?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Pedro Castro, o site da Livraria Cultura oferece a obra em língua portuguesa. Eis o link: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=3135004

      Saudações.

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 

COMPARTILHAR PÁGINA